domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sem memórias

O sol já se despedia, e a noite, já começava a mostrar suas estrelas quando eu tentei me lembrar de você. Depois de tanto tempo sem me permitir sequer lembrar seu nome, meu pensamento te procurou, voltou no tempo, por um caminho cheio de cicatrizes recém saradas e lágrimas não derramadas. E foi aí que eu me espantei, busquei na memória o seu cheiro, não o mais senti, procurei por seu abraço forte e apertado, mas não fui capaz de sentir o seu calor, eu quis ouvir sua voz, mas parece tão impossível te ouvir dizer que me ama, percebi que cada pedaço seu foi guardado tão bem dentro de mim, que se perdeu, eu desaprendi a sentir você, a imaginar você, e isso faz do que eu sinto uma dor quase palpável. Memórias de momentos que podem nunca terem existido, era tudo o que me havia restado, era a única prova de que tudo que foi vivido foi real. Tento me lembrar de detalhes, e é aí que percebo que talvez um dia você me ligue, e eu não seja capaz de identificar sua voz, talvez você me mande uma carta sem remetente, e eu não saiba que é a sua letra escrita no papel dizendo que nunca me esqueceu, talvez um dia eu encontre você na rua, e fique apenas com aquela impressão de que te conheço de algum lugar, dos meus sonhos, talvez. Mas ainda há aquela foto que você me deu, prometendo nunca me esquecer. Ainda há o que eu respondi: esquecer de você é a mesma coisa que me esquecer de mim. E sendo assim, sempre haverá nós dois juntos em algum lugar, sempre haverá o dia vinte e nove de junho de dois mil e sete, mesmo que a gente nem lembre que um dia ele existiu.

Larissa Cardoso

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